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Bem-vindos ao Meu Blog: 34 Anos de Vida na Itália

Aqui desejo compartilhar com você minha experiência de 34 anos de vida na Itália. Vou contar sobre meus altos e baixos, meus sucessos e insucessos, mas sempre com uma visão de amiga e conselheira sincera. Espero que meus conselhos e dicas possam servir de inspiração para o futuro que você deseja.

Abrace as oportunidades que o país oferece

Desde que deixei o Brasil aos 27 anos, passei por uma jornada cheia de desafios e conquistas. Meu percurso nem sempre foi como eu esperava, mas cada etapa me impulsionou a melhorar meus conhecimentos e aproveitar cada momento. Encontrei pessoas que me ajudaram a dar um salto de qualidade e realizei muitas coisas ao longo dos anos.

Minhas experiências variaram de simples camareira de hotel a empreendedora, chef de cozinha, intérprete e, hoje, fundadora de uma associação ítalo-brasileira. Através desta associação, procuro compartilhar meus conhecimentos com a nova geração que chega aqui na Itália ou que está por vir.

Nesses anos, não enriqueci financeiramente, mas obtive tudo o que me faz feliz e pude proporcionar bons momentos para meus entes queridos. Aprendi a importância de escutar pessoas mais experientes e a me instruir culturalmente para reduzir os riscos de encontrar pessoas mal-intencionadas.

História

A Itália oferece ricas oportunidades de crescimento pessoal e cultural através de seus cursos de formação para desempregados e estudo do idioma nas escolas oficiais. Os programas de requalificação profissional e estágios facilitam a inserção no mercado de trabalho, enquanto o aprendizado do italiano promove uma integração social mais profunda.

A imersão na cultura italiana é enriquecida pela vasta herança histórica, festivais, artes, e gastronomia renomada. Participar de eventos locais, programas de intercâmbio como o Erasmus+, e atividades voluntárias oferece uma compreensão mais ampla da sociedade italiana. Recursos como bibliotecas e centros culturais complementam essa experiência, promovendo um ambiente propício ao desenvolvimento contínuo.

Cecilia nasceu no Rio de Janeiro e viveu lá até os 27 anos de idade. Filha de pai italiano e mãe carioca, ela passou seus últimos anos na lindíssima Copacabana, em uma república com um grupo de amigas. Trabalhava como secretária em uma agência de viagens e, nos fins de semana, curtia aquela praia que só o carioca conhece. Conversando com seu pai, ficou sabendo que uma tia na Itália poderia hospedála. Decidiu que era hora de arriscar um salto no desconhecido. Pegou o pouco que tinha, colocou em uma mala e partiu para a Itália, precisamente na cidade de Turim, com a ideia de voltar em um ano, no dia 03 de maio de 1991.

No antigo aeroporto de Turim, uma prima que ela não conhecia e que não falava o idioma a aguardava. Naquele tempo, não existia telefone celular para comunicar atrasos, e perdeu o avião que a levaria de Roma até Turim. Tudo isso porque Cecilia, sem saber o que significava a palavra "uscita" (saída), ficou rodando dentro do aeroporto para retirar a mala que havia ficado na esteira. Naquela época, as malas viajavam por etapas. Cada conexão exigia um novo check-in.

Finalmente em Turim, ela teve que enfrentar muitas lutas, a primeira e mais importante delas com o idioma. Foi morar com parentes de seu pai que tinham um bar, onde ela aprendeu as tarefas de uma "cameriera tuttofare". Infelizmente, as coisas não funcionaram com a família, e logo Cecilia teve que se virar sozinha.

Nos anos 90, a Itália vivia uma crise econômica muito difícil, e a moeda, lira, não tinha um grande valor. Cecilia realizou diversos tipos de trabalhos, apesar da cidadania italiana, não encontrou grandes oportunidades de emprego e teve que aceitar trabalhos como doméstica por hora, camareira de hotel, jardineira, caseira, porteira... Em 1999, nasceu Francesca, sua filha, e em 2017, ela conseguiu realizar o sonho de abrir uma pequena loja de comida fresca. Em pouco tempo, ficou conhecida no bairro e aceitou um convite para gerenciar um "círculo esportivo" com restaurante anexo. Cecilia introduziu no cardápio a cozinha brasileira e se tornou especialista na cozinha italiana depois de frequentar uma escola italiana de culinária. Organizou diversos eventos em sua atividade, além de ficar conhecida pelo seu projeto de restaurante popular com um prato único a baixo preço, onde pessoas de baixa renda podiam usufruir dessa ação social a qual Cecilia tinha e tem até hoje um carinho especial.

Em 2019, Cecilia deixou definitivamente os fogões e subiu no primeiro navio de cruzeiro da MSC com sistema de inteligência artificial, projeto realizado pela Samsung, onde ela foi uma das 21 intérpretes que registraram o dispositivo. Dessa experiência, Cecilia decidiu voltar à escola e conseguiu o diploma de Liceo de Ciências Humanas.

Trabalha como intérprete para a prefeitura de Turim e fundou a associação AIBTurim, que ela chama de segunda filha, porque ela diz sempre que deseja que as pessoas que um dia, por acaso, encontrarem a sua associação recebam todo amor e carinho que ela não recebeu quando, muito jovem, chegou aqui.

Cecilia sabe muito bem as dificuldades que se enfrenta ao chegar em um país com uma cultura completamente diferente da nossa brasileira e a falta de empatia que sentimos. Cecilia ama receber, acolher, cuidar, ensinar e compartilhar informações que ela mesma foi buscar através de pesquisas aprofundadas e experiências pessoais. Seus anos de vida e vivências em diferentes setores fizeram dela uma pessoa mais forte, mais segura e certa de que tudo se obtém se investirmos em nós mesmos, através das informações que hoje muito facilmente podemos acessar com um clique. Segundo Cecilia, se ela, que viveu em uma época tão diferente da dos tempos atuais, conseguiu realizar tantas coisas, desafiando o desconhecido e as barreiras, diz não ousar imaginar o que ela teria feito se tivesse chegado cinco anos antes, na Itália. E pronuncia: “Renunciar à vitória é uma escolha daqueles que não querem superar desafios.”


interprete para MSC cruzeiros

Criando laços

Criar um relacionamento de confiança com o cliente através da transparência e acolhimento é essencial para garantir uma conexão duradoura. Ser transparente mostra honestidade, enquanto o acolhimento demonstra cuidado e respeito pelas necessidades do cliente. Assim, você constrói não apenas uma relação profissional, mas também uma amizade que continua mesmo depois que o trabalho termina.

Cada imagem uma historia

Cada um deles veio com a esperança de realizar sonhos. Cada um tem sua historia de que ficará marcada para toda a vida. Todos hoje são cidadãos italianos.

Quem é Cecilia Bonazzi?